quinta-feira, 7 de maio de 2009

O casamento de Rachel

Por Natali Assunção


O Casamento de Rachel (Rachel getting married)EUA/ 2008/ 114 minDireção: Jonathan Demme Roteiro: Jenny Lumet Elenco: Anne Hathaway, Rosemarie Dewitt, Mather Zickel, Debra Winger

Kim (Anne Hathaway – de O Diário da Princesa e O Diabo Veste Prada) é uma mulher viciada em drogas. Há dois anos atrás, esteve envolvida em um acidente de carro que resultou em uma morte. Além disso, passou nove meses internada em uma clínica de reabilitação. Ao receber alta, ela consegue voltar para casa justamente à tempo de encontrar toda uma preparação e agitação para o casamento da sua irmã mais velha, Rachel.
É nesse clima frenético de preparativos e novidades inesperadas que Kim tenta se readaptar à sua antiga vida, mas sem o auxílio das drogas e sabendo que todas as pessoas ao seu redor conhecem suas falhas, problemas e erros. Além disso, ela ainda precisa encarar os fantasmas que ainda à perseguem.
Problemas familiares, de relacionamento, de sentimentos de exclusão e até mesmo de culpa e de culpados vêm à tona, mas ao contrário do que se pode imaginar – ela, pelo menos – o seu comportamento atual e passado, além dos eventos ocorridos, não afetaram apenas Kim, mas também toda a sua família, então muitas questões inacabadas e – muitas vezes – intocadas vão ser levantadas pelos membros da família.
Uma das principais questões é o fato de Kim acreditar que absolutamente tudo está relacionado à ela. Essa “síndrome do centro das atenções” acaba desencadeando muitos problemas com sua irmã.
A câmera inquieta, um tanto nervosa e bastante movimentada (na mão, em boa parte do tempo) do diretor Jonathan Demme (O Silêncio dos Inocentes) dá a sensação de que o espectador também está de visita para aquela festa e que, por um momento, faz parte de tudo.
Para completar o carnaval, o casamento se trata de um corte-colagem de diversas culturas, com muitos saris, guitarristas, funk, reggae, e muito mais que ainda em cena, mas flui naturalmente.
É bem verdade que algumas cenas se tornam um pouco longas como aquela onde o próprio casamento do título é celebrado. Também é verdade que as histórias e os conflitos apresentados não são aprofundados, muito menos as “resoluções” encontradas, mas isso não prejudica a obra que consegue envolver e despertar no público um certo carinho por todos os envolvidos na trama. Outro ponto interessante do filme é a trilha sonora discreta e marcante.
Um bom filme.

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